quinta-feira, maio 05, 2005

Quinteto Académico + 2

Nome estranho não é ?
Quinteto = 5 elementos
Académico = ? (deviam estudar muito na altura!!)
+ 2 = 7
Pois é. É o nome do mais completo grupo musical português dos anos 60.
Fala-se muito nos Sheiks como o grupo emblemático dos anos 60 em Portugal. Não sei porquê? Será porque lá tocaram o Paulo de Carvalho; o Carlos Mendes e o Fernando Tordo ?
Eu disse tocaram não foi? Pois é, tocar eles não sabiam.....cantar sim, e veio-se a provar mais tarde porque, na realidade, deram 3 cantores excepcionais....agora com os instrumentos não eram grande coisa. Imitavam assim uma música tipo Shadows, com aquele som de guitarra muito kitch....enfim....uns copos de leite da altura. Aliás todos eles eram meninos da Avenida de Roma e do Bairro de Alvalade (os bairros finos da altura).
Deixando os Sheiks, que já tiveram o seu pequeno momento de publicidade, volto ao Quinteto.
O Quinteto, na origem, era um grupo de 5 músicos com muito boa vontade mas técnicamente com carências. É normal, os grupos precisam de tempo para ganharem técnica e entrosamento.
Em 68, acho, dá-se a primeira mexida significativa na formação:
- Entram o Pedro Osório (teclista; conhecido dos meios musicais nacionais); o Adrien (baterista; belga), o Jean Sarbib (baixista; francês) e o Carlos Carvalho (guitarrista).
Da formação inicial manteve-se apenas o meu irmão - José Manuel Fonseca ;)
Pelo caminho, além dos outros elementos, ficou uma pessoa bastante conhecida do meio do entertenimento em Portugal, o Mário Assis Ferreira (administrador do Casino Estoril, e o responsável pela abertura do Casino aos grandes nomes da música que por lá têm passado nos últimos anos). Era o guitarrista do início do grupo.
Esta formação já foi um salto bastante significativo em termos de qualidade, tendo já permitido que o grupo se aventurasse em estilos musicais mais modernos e próximos daquilo que, a nível internacional, se fazia e iria fazer nos anos 70.
Durou, penso que 1 ano e meio a 2 anos, e foi renovada com a saída do Pedro Osório (teclista) e do Carlos Carvalho (guitarista), e a entrada de 4 novos elementos:
- Um teclista inglês; um cantor norte americano; um trompetista sul africano e um guitarrista escocês - o Mike Seargent, que ainda anda por cá, penso.

A formação ficou então com 7 elementos (daí o + 2), todos estrangeiros à excepção do meu irmão.
Foi uma formação que, devido à miscelânea de nacionalidades (não havia 2 elementos com a mesma nacionalidade), durou pouco tempo.
No tempo que durou deu brado no panorama musical português, porque na realidade tinha uma qualidade acima da média musical que se praticava em Portugal.
Como exemplo, os elementos dos Sheiks iam aos espectáculos do Quinteto para tentarem aprender mais alguma coisa em termos de técnica dos instrumentos. O Paulo de Carvalho (que era o baterista dos Sheiks) ficava embevecido a ver o baterista do Quinteto tocar.
Não era para menos, o Adrien tinha sido músico de orquestras de jazz na Bélgica e tinha realmente uma pedalada grande.
Foi ele que me deu as primeiras bases de bateria, que me levaram mais tarde a aventurar-me a tocar este instrumento.
Como curiosidade, o Jean Sarbib virou baixista de jazz nos USA (vi-o um ano no Cascais Jazz a acompanhar o Rão Kiao).
O Mike Seargent continuou a tocar cá em Portugal em diversos grupos.
O Adrian e o meu irmão foram tocar para o Conjunto João Paulo, mas sairam ao fim de pouco tempo por incompatibilidades musicais ;) , e desistiram da música a nível profissional.
O Quinteto foi um grupo que marcou o panorama musical português, mas que infelizmente não durou o tempo suficiente para melhor se afirmar.
No site que anexo aqui, fala-se dos vários grupos portugueses dos anos 60 e 70, entre eles o Quinteto Académico. Por vezes o site não abre......mas tentem que vale a pena....é muito completo. Já agora, o Quinteto participou no 1º Vilar de Mouros.

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