domingo, julho 10, 2005

Os carteiristas

Vamos lá a ver se consigo chegar ao fim desta dissertação, e passar a mensagem que pretendo.
Os carteiristas eram e são (em muito menor número actualmente) uns tipos mal parecidos, provenientes de bairros degradados, com problemas de toxicodependência, que se entretinham a "gamar" umas carteiras, geralmente em locais ou transportes públicos apinhados de gente. Recordo-me perfeitamente de apanhar o Metro em Sete-Rios e, ao longo do percurso até aos Restauradores, entrarem uns tipos de jornal debaixo do braço (normalmente a Bola ou o Record), que se iam encostando a quem previam que podiam "sacar uma nota" da carteira do desgraçado, para depois a irem consumir em forma de droga proibida comprada ali para os lados do Casal Ventoso.
Assisti a umas correrias atrás de alguns desses tipos, mas normalmente sem qualquer resultado, a menos quando eram polícias à civil que, já mais para o fim deste duelo, andavam também pelas carruagens do Metro, e os costumavam apanhar e levá-los até à esquadra, para a seguir os mandar embora, porque os espertalhões já não tinham a carteira que tinham roubado.
Eram tipos que tinham um jeito incrível para meter a mãozinha nos bolsos e sacar uma carteira sem que, na grande maioria dos casos, as pessoas dessem por isso naquela altura.
Entretanto, o portuguesito passou a andar com cartões de débito em vez de dinheiro na carteira, e o negócio faliu para os lados desta malta que teve que arranjar outros negócios para poder comprar droga.
Daqui, ao aparecimento dos arrumadores de automóveis foi um passo; pequeno para eles mas grande para o objectivo de continuar a sacar uns cobres. Mas dos arrumadores não quero falar mais. Foi apenas o seguir o caminho natural da malta que infelizmente se droga, e tem que chatear os outros para poder ter a sua dose diária.
Voltemos aos carteiristas.
Se esta "antiga" classe profissional praticamente se extinguiu com o aparecimento dos cartões bancários, surgiu uma outra classe profissional mais moderna, e totalmente focada no contribuinte.
Enquanto que os outros carteiristas se focavam no gajo que parecia ter a carteira mais recheada, os carteiristas actuais estão totalmente focados no contribuinte que, mais contribui e, menos ganha.
É o inverso do conceito antigo e lógico de roubar aos ricos para dar aos pobres (que saudades do nosso querido Robin dos Bosques) !!
Os nossos carteiristas actuais não são uma reciclagem dos anteriores. Não vêm de bairros problemáticos; têm bom aspecto; não se drogam (????).........são a nossa classe política.
Tentam alternar de 4 em 4 anos (quando os deixam) e, no período em que estão em funções de governo, têm como preocupação suprema sacar o máximo possível aos 4 milhões de contribuintes do sector privado para poderem continuar a dar todas as regalias e mais alguma a uma grande maioria dos 700.000 que estão no sector público.
Além das regalias que dão a esta minoria consumista de grande parte dos quase 50% do Pib, ainda promovem a evasão fiscal a uns quantos minoritários que, depois de eles sairem do governo, os encaixam nas suas empresas e grupos económicos.
Enfim.........................................É o que temos....
Costuma-se dizer que cada um tem aquilo que merece, e parece que isso encaixa bem no português.......
Mas porque é que os espanhóis não anexam este rectângulo?
Os bascos; os catalães e os galegos também não falam diferente dos castelhanos?
Eram mais uns a falar mal castelhano.....mas como nós até somos bons em línguas! de certeza que aprendíamos depressa 0;)
Daqui faço um apelo à família real espanhola que inicie conversações com o presidente da república portuguesa no sentido de, no prazo de 5 a 10 anos estarmos integrados na Hispânia, e podermos usufruir do crescimento que Espanha irá alcançar por volta de 2015/2020......
Nessa altura, se não conseguirmos essa integração, estaremos a amandarmo-nos ao mar ou a emigrar para a Madeira, para os ajudarmos a fazer chapéus de sol para montar em cima dos carrinhos das ladeiras.......