terça-feira, maio 03, 2005

Os anos 70 [seventies para os Ingleses] ;)

Cá vamos entrar na década que me marcou em vários aspectos.
Não que todas as décadas não tenham a sua importância, mas a de 70 foi especial.
Alguns momentos, para mim e não só, importantes:
  • Lançamento do Cascais Jazz no hoje "velhinho" pavilhão do Dramático de Cascais, tendo como principal impulsionador o saudoso Vilas Boas que, com a sua maneira única de se dirigir às boas centenas de amantes do Jazz/Blues que ali "acampavam", levava vaias monumentais, porque o que a malta queria era ver e ouvir os grandes nomes que estavam anunciados.Quando algum desses "monstros" faltava, a vaia era de fazer cair as bancadas, com a "ira" toda centrada no pobre do Villas Boas. Mas ele, com a coragem que o caracterizava, vinha sempre ao palco explicar o porquê da ausência. Naquela altura só via Bateristas à frente, e deliciei-me com muitos dos que por lá passaram mas, infelizmente, não lhes apanhei a técnica e destreza soberbas.
  • Concerto dos Genesis em 1975 (ainda na era do Peter Gabriel) também em Cascais, que, por ser o 1º grande concerto de um grupo estrangeiro que se realizava por cá (tinham cá estado os Procol Harum mas sem grande motivação por parte das audiências), teve uma adesão de encher o pavilhão e quase fazê-lo rebentar pelas costuras. Naquela altura, eu e muitos dos que lá estavam, sabíamos o duplo álbum (The Lamb Lies Down on Broadway) de cor e salteado. Então quando soaram os primeiros acordes foi a loucura total. Nunca imaginávamos que um grupo conseguisse tocar em palco o álbum no seu todo, e o fizesse tão fiel ao original.
  • 25 de Abril de 1974. Foi um dia inesquecível. Para quem na altura andava pela casa dos 18, este dia foi como que o abrir de uma grande porta para um futuro que pensávamos risonho, mas que rápidamente degenerou num futuro a prazo e por duodécimos, ou seja, este mês é assim, para o mês que vem logo se vê. Mas isto é o nosso fado desde há séculos. E como nunca soubemos mudar os acordes ao fado, lá vamos cantando e rindo (mas onde é que eu já ouvi isto ?).
  • Choque petrolífero de 1973. Na altura não me afectou porque não tinha carro. Andava a pé, que fazia muito bem; de eléctrico ou de autocarro (daqueles com entrada por trás e com 2 pisos). Como os Ingleses ainda hoje usam. Vejam lá aqueles "bifes" estúpidos que não prescindem daqueles autocarros; marcos de correio; cabines telefónicas e táxis antiquados!!! Temos um atraso de alguns 50 anos em relação à Europa da vanguarda, mas damo-nos ao luxo de ser modernos na aparência. Aprendemos com os Espanhóis: não tomes banho todos os dias mas encharca-te em água de colónia, nem que seja da loja do chinês.
  • Década do Rock sinfónico ou progressivo e da Motown. O último terço da década de 60 já nos trouxe alguns grupos decentes, ou seja, que não se pautavam pelos modelos Elvis ou Beatles. Basta-nos recordar que em 69 se realizou o maior festival de música rock de que há memória, em Woodstock. No link atrás pode-se comparar os grupos de 69 e os de 94 (ano em que se realizou novo festival, mas já sem a magia do 1º), e perceber onde actuaram os "gigantes" ;). Foi nos anos 70 que tanto o rock como a música negra norte americana tiveram um desenvolvimento enorme ao nível de composição; arranjos; versatilidade e, com uma grande dose de importância, instrumentos e estúdios de gravação mais sofisticados e início das grandes produções de espectáculos ao vivo. Quem ainda se lembra de grupos como: Trunvirat ; Emerson Lake & Palmer; Gentle Giant; Jethru Tull ? Eram grupos que levavam até à exaustão a composição dos temas e que foram pioneiros do Disco Conceptual. Pegavam num tema e desenvolviam-no através de todo o álbum, tanto na parte de texto como na parte musical. Muitos dos músicos que fizeram parte destes grupos tinham formação clássica, que os ajudava a compor com muito mais rigor. Citei aqueles grupos menos conhecidos, mas faltam os que "sobraram" para as décadas seguintes: Genesis; Pink Floyd; Yes; Supertramp. Deixo aqui alguns links que ajudarão a conhecer e/ ou relembrar o universo do rock sinfónico ou progressivo (como o apelidaram na altura). Fica aqui também uma referência à Dance Music através de um site que lhe é dedicado e contem também bastante informação.

Fico por aqui, por agora (ganda chato),.....mas voltarei com mais momentos importantes desta década...





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