sábado, julho 14, 2007

(A)Junta (a)os médicos! Gritou o governo

Como o próprio nome indica, uma junta médica será um agrupamento de médicos que são chamados a tomar uma decisão àcerca de qualquer coisa relacionada com problemas de saúde.
Será disse eu?
Pois parece que, até há uma questão de dias, não era bem assim!
Não devia acontecer, mas pronto. O que é um facto, é que a malta que trabalha e desconta para uma coisa chamada "segurança social", por vezes adoece e, nalguns dos casos, a situação complica-se ao ponto de, antes daquele patamar dos 60 e tal anos, ter que solicitar uma reforma antecipada por incapacidade para executar o seu trabalho.
Àparte todas as questões burocráticas inerentes a um pedido deste tipo (e que calculo não estejam ainda incluídas no "simplex"), um processo destes passa forçosamente pela tal junta médica, que avaliará técnicamente os pressupostos clínicos.
Até aqui tudo me parece normal! Mas a questão é que parece que nunca o foi.
E não o foi porquê? Então não é que, uma junta médica, em vez de ser composta apenas por médicos e, apenas por especialistas das patologias que estejam em causa, era composta por "n" outros elementos que nada tinham a ver com a classe e estariam ali apenas para dificultar a vida ao infeliz cidadão que, não obstante o problema de saúde que contraiu, ainda tinha que se sujeitar a ser avaliado por quem não tem competências técnicas e psicológicas para o fazer?
E mais. Numa grande parte das situações, a pessoa nem sequer era convocada para estar físicamente perante essa auto-denominada junta médica, preferindo esses senhores fazer a avaliação por papel!
Não fossem as notícias vindas a lume na semana passada àcerca de situações de uma pessoa que, tendo uma doença grave do foro oncológico e absolutamente impeditiva de continuar a exercer a sua profissão de professora, não lhe foi deferido o pedido de reforma antecipada, tendo inclusivamente que continuar a dar aulas!!!!
E parece que a ministra da educação, mesmo tendo conhecimento desta situação, "chutou a bola para o colega do ministério ao lado". Isto não é vergonhoso?
Foi então preciso esta notícia, e parece que o relato de mais uma ou dois situações idênticas, para o "governo" vir alterar a composição das juntas médicas e obrigar a que as pessoas sejam sempre convocadas para comparecer perante as mesmas!!
Mas será que nunca nenhuma "alminha" ligada à segurança social, e com um pouco de bom senso, alertou para que isto se passava?
Infelizmente a nossa administração pública padece de uma falta enorme de PROACTIVIDADE. Se calhar nem sabem o que isto quer dizer. Fazia-lhes bem ter trabalhado, nem que fossem 2 meses, no sector privado com ligação a multinacionais, para aprenderem que esta palavra é a diferença entre o fazer-se e o deixar andar.
Preocupações sociais também é coisa que esses(as) senhores(as) não sabem o que é, ou melhor, sabem quando se trata de meter cunhas para os familiares e amigos, às vezes por situações bem menos graves.
Às vezes questiono-me se em vez de segurança social, não lhe deveríamos chamar (in)segurança social?

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