sábado, julho 07, 2007

A Re(Volta)

Após uma ausência de 2 anos, voltei à escrita.
Estamos a 7 do 7 de 2007, e o nosso pequeno globo preocupa-se, com alguma intensidade, com as alterações climatéricas (Live Earth), e em escolher as 7 maravilhas do nosso mundo.
Dois canais de televisão (nenhum deles com o número 7!!) disputam audiências àqueles que, não podendo ou não querendo ter o trabalho de se deslocarem a Wembley ou ao Estádio da Luz, vão fazendo o inevitável zapping, enquanto falam com familiares e amigos ou bebem uma cerveja bem fresca (não nos esqueçamos que, apesar das alterações climatéricas evidentes, o Verão já chegou no calendário).
Foi preciso um ex candidato a presidente do país que não cumpre o tratado de Quioto a fazer um alerta global e a organizar esta nova versão do Live Aid, para que o comum dos terráqueos olhe para o céu e comece a sentir o mesmo receio que tinham Obélix e Astérix: "Que o céu hes caísse em cima".
O "céu", na realidade, começa a ficar zangado connosco. Não se pense que, lá em cima, não está ninguém. E quem quer que lá esteja, e nos observa, vê-nos como uns grandes mal agradecidos.
Os dinossauros bem se puderam queixar de ter um clima adverso; provavelmente falta de alimentos e, mais que tudo, não lhes ter sido possível pensar e ter condições físicas que lhes pudessem ajudar a desenvolver aquilo que, lá no fundo, e sem saberem porquê, eles pretendiam implementar para melhorar o seu nível de vida. No fim da sua viagem, ainda tiverem que suportar um qualquer meteorito ou uma alteração climatérica relevante, que os extinguiu para sempre.
Como não pensavam, não perceberam o porquê da descarga divina, mas que alguma coisa de errado eles fizeram para que, quem quer que lá esteja em cima, lhes tivesse voltado as costas, disso não tenho dúvida.
Eles partiram e, durante uns bons milhões de anos, o "dono" deste nosso universo não permitiu que mais alguém tivesse um protagonismo tão acentuado nos destinos deste planeta azul.
Mas, este nosso sítio não merecia continuar sem ser gozado por alguém que o merecesse.
E aí aparecemos nós.
Apesar de alguns contratempos iniciais (havia que subjugar algumas espécies menores que por aqui andavam), a nossa espécie teve a sorte de ser dotada de pensamento; inteligência; destreza manual, e outros tantos atributos que fizeram de nós a eleita.
Diz-se que, quando a esmola é grande o pobre desconfia mas, no nosso caso, não foi isso que se passou.
Ao olharmos para o lado e percebermos que éramos eleitos, comportámo-nos como "novos ricos" e esbanjámos tudo aquilo que de boa fé e de boa vontade nos foi dado.
E o resultado está à vista.
Apesar dos sucessivos avisos daqueles que, sem quaisquer interesses instalados (grande parte da classe de investigadores científicos), e apenas preocupados com o bem estar de todos os que vão estando por cá, fomos delapidando tudo o que de bom nos foi oferecido e, pior do que isso, "destapando o céu" que nos proteje.
Por isso o céu está "revoltado" e não nos irá perdoar.
Fizemos o Live Aid a 13 do 7 de 1985 e, passados estes 22 anos perguntamos: o que fizemos para mudar a vida dos pobres?
Estamos a fazer o Live Earth a 7 do 7 de 2007 e questionamo-nos: o que estaremos a fazer daqui a 20 anos, após não termos feito nada para salvar esta nossa "terrinha"?





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